domingo, 9 de outubro de 2016

RESENHA: Areia nos Dentes - Antônio Xerxenesky.





Capa Alternativa

Sinopse: Areia nos Dentes começa deixando claro tratar-se de um faroeste. Exótico, sim, mas sem duvida um faroeste. Em poucas páginas Antônio Xerxenesky desenha o escaldante vilarejo de Mavrak e uma galeria de personagens que brotam de um filme perdido de Sergio Leone. No centro do palco, duas famílias rivais, os Ramires e os Marlowe, às voltas com um assassinato, desejos de vingança e um segredo guardado no porão. Mas há sinais de que há muito mais por vir do que os elementos clássicos do bangue-bangue. Um deles é a frase que abre o livro: “E os Mortos voltarão a vida!”. Os crebros ressecados dos habitantes de Mavrak que se cuidem.

Juan acaba de retornar para sua pequena cidade natal, Mavrak, um vilarejo situado no coração do deserto cenário perfeito para um faroeste clássico, depois de passar anos estudando fora, justamente quando seu irmão, Martin, acaba de ser assassinado, Miguel seu pai suspeita que a família dos Marlowe foram responsáveis pela morte de seu filho, e as duas famílias que nunca se deram bem, podem iniciar uma guerra que ultrapassará a linha entre o real e o sobrenatural.

Descobri o livro á alguns anos durantes minhas buscas por historias com temática zumbi, sim leitores, estamos diante de um faroeste com pitadas zumbilescas (acho que inventei essa palavra), comprei o livro, tentei lê-lo de cara mas o primeiro capítulo não me atraiu e desisti, agora meses depois retomei a leitura e constatei que estava enganado, a historia sim começa de forma lenta, chegando a beirar o tédio mas, a partir de um certo ponto fica muito interessante, principalmente quando o sobrenatural toma conta.

O livro é meio confuso, é escrito tanto em formato de primeira pessoa, como o de terceira pessoa, são duas historias, paralelas, e há o uso de metalinguagem, acompanhamos tanto as aventuras de Juan do faroeste, quanto à de Juan dos dias atuais, sendo que este Juan atual curiosamente é o autor da historia do Juan “Cowboy” do faroeste, sim em certos momentos esse fato te deixa muito confuso durante a leitura, mas nada que prejudique o entendimento da história.

O livro não tem capítulos, mas é dividido em duas partes, partes estas subdivididas entre as duas histórias, a do Juan do passado e a do Juan da atualidade, possui 136 páginas, também temos trechos escrito em formato epistolar (diário), e em formato de roteiro, o que me surpreendeu bastante.

O ponto fraco do livro é o seu ritmo inicial, lento e desinteressante, principalmente para pessoas como eu que não simpatizam muito com historias de faroeste, mas seus pontos forte anulam essa característica, é um livro muito bem escrito, a linguagem usada é clássica, pra quem não está acostumado acaba tornando a leitura meio que difícil e entediante, e sua segunda parte foi extremamente deliciosa pra min, com direito a muitas criaturas apodrecidas e cambaleantes, os zumbis clássicos.

No final o livro acaba nãos sendo focado em uma guerra entre famílias, ou em um apocalipse zumbi, no decorrer da leitura você perceberá que o livro trata-se nada mais na menos, que a relação entre pai e filho, nas relação entre os dois Juans e seu respectivo pai e filho.

O livro foi escrito pelo escritor brasileiro Antônio Xerxenesky, e publicado pela editora Rocco o livro é uma ótima opção não só para os fãs de zumbis, mas também para os apreciadores de uma boa historia de faroeste.

Autor: Antônio Xerxenesky
ISBN: 978-85-325-2592-5
Ano: 2010
Páginas: 136
Editora: Rocco
Pontuação: 
8/10



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