Queridos leitores, como sabem ano passado em
Dezembro a dona Rede Globo encerrou um de seus melhores produtos dos últimos
anos, sua primeira série sangrenta de terror a subestimada “Supermax”, passada
em um presídio abandonado na floresta amazônica, transformado em cenário para
um reality show, o programa mostrava um gurpo de “criminosos” convidados a
concorrer a 2 milhões de Reais, e que depois de serem abandonados
misteriosamente pela produção do programa a sua própria sorte os participantes
descobrem que nãos estão realmente sozinhos, e vários eventos sobrenaturais e
aterrorizantes começam a acontecer.
Após o fim da série, consegui entrar em contato com
um dos atores principais dessa historia inovadora na TV brasileira, trata-se de
Márcio Fecher que interpretou inicialmente o Pastor Nonato que acabou se
transformando no demoníaco Baal.
CDD:
Olá Márcio, primeiramente gostaria de lhe parabenizar pelo excelente
trabalho que realizou em Supermax, seu personagem “Baal” estava sinistro, e
você está de parabéns, ao contrário de alguns ali, você realmente convenceu com
boa atuação, e agradeço por tirar um pouquinho do seu tempo para responder
algumas perguntas para o nosso blog.
Márcio: Eu
que agradeço a oportunidade de conversar um pouco contigo. Que com que gostou
do meu trabalho, acredito que todos ali estavam brilhantes e com o peso igual
de verdade e entrega, isso me orgulha muito ter um elenco com quem posso jogar
como ator.
CDD:
Minha primeira pergunta é sobre como o projeto chegou até você? Foi difícil
conseguir o papel?
Márcio: Eu
já vinha fazendo algumas pequenas participações em cinema, fiz “Reza a Lenda”
com o Cauã Reymond e este trabalho me abriu várias portas.
Como tenho uma carreira consolidada no Teatro (quero dizer com isso que eu
estou num momento da minha vida como ator que escolho o que quero fazer no
teatro),os produtores de elenco começaram a olhar para mim. Depois do filme fiz
vários testes na casa que não deram em nada. Daí em abril de 2015, fiz um teste
para o BAAL em Recife mesmo. Depois disso, fui aprovado e fiz outro teste no
Projac e daí sim fui aprovado e contratado para fazer a série.
CDD:
Qual foi sua reação ao ler o roteiro?
Márcio: Quando
cheguei no seriado só os 11 capítulos tinham sido escritos. Faltava o 12.
Quando recebi tudo li tudo feito um louco, fiz um pesquisa sobre tudo o que eu
podia sobre o personagem e como eu podia relacionar ele com quem eu era para
conseguir chegar em algum ponto de veracidade. Percebi que eu estava dando vida
ao primeiro Vilão de uma série de Terror na Televisão Brasileira. Isso maracá a vida de um ator.
Perceba, eu dei vida para um personagem que vive duas fases completamente
diferentes uma da outra. Antes do BAAL ter aquela força, ali dentro mora um ser
humano que se chamava Nonato, fiel Pastor que matou sua mulher e seu filho.
Depois disso ele se intitula BAAL, por se revoltar com seu Deus, e vive por
sete anos na mata fechada, dentro de um presídio de segurança máxima tentando
procriar seu exercito.
Este personagem é daquelas que marca a vida de um ator pra sempre!
CDD:
Como você lida com esses “haters” que insistem em diminuir produções
brasileiras como Supermax?
Márcio: Acredito
que tem uma parcela do público que não gosta do gênero terror e ponto. Tem que
ser Respeitado isso. Mas existe outra parcela da crítica que necessita ver na
tela, aquela cena sensual, aquela trama de traição, dos conflitos familiares,
dos conflitos da escolha de vida. Eu entendo esta necessidade, não julgo mal!
Acho que estes conflitos geram histórias incríveis que merecem ser contadas e
consumidas por geram também valores.
Por outro lado o que me incomoda e me entristece é uma grande parte da crítica
destruir qualquer produção brasileira, porque o tema não é do interesse dos que
geram o poder. Em “Supermax”, temos uma construção dramatúrgica completamente
livre de qualquer clichê! E talvez isso que incomode! Porque tira o público do
lugar comum. Faz o público pensar e não apenas engolir a mesma trama de sempre.
Que eu também amo e consumo, o que não é nenhum problema e também nenhuma
pequenez intelectual, é bom ressaltar!
Acredito que este combate do público que pensa no que consome e como consume e
porque consome, vem justamente do medo de construir no Brasil um público mais
crítico, que sabe melhor o que quer.
O que tem que se assumir é que estamos numa linha sem volta da globalização
social.
O público sabe sim o que quer ver na TV. Por isso consome na internet aquilo
que não tem na TV aberta. Eu entendo que na TV aberta tem que dar IBOPE para
gerar anúncios e assim pagar e gerar lucro, eu sei que é assim que acontece,
desde que a televisão foi criada. Porém o futuro, que já é agora, é da junção
de tudo, tudo numa coisa só! Este lugar da Era digital já passou, estamos na
era pós digital pois este mundo assustador da tecnologia não mais nos assusta,
já estamos dentro dele e isso é irreversível, gostemos disso ou não.
Então se você me pergunta o que eu acho dessas pessoas que tentam destruir as
produções brasileiras? Eu te respondo que estas pessoas já estão superadas pela
história.
CDD:
Você e outros atores da série nos enganaram direitinho, achávamos que iriam
sobreviver já que estavam “loucos” por uma possível segunda temporada,
honestamente você espera que haja uma segunda temporada? Por quê?
Márcio: Eu
realmente não sei se haverá segunda temporada. Acho que todo trabalho tem seu ciclo
e eu finalizei meu ciclo com “Supermax”. Se eu for contatado para fazer a série
e eu aceitar, já que a televisão deixou de ser um mundo inatingível para mim,
eu falarei disso publicamente nas minhas redes sociais, como eu sou e sempre
serei, transparente. Até porque me interessa e muito ter um contato real com as
pessoas que gostam do meu trabalho.
CDD:
Em caso de uma segunda temporada, não acha que a série perderia sua essência
com apenas um personagem vivo entre tantos que os fãs se apegaram? Qual sua
opinião?
Márcio: Não!
Acredito que a paixão vem e vai! Se o roteiro for bom e novos personagens
aparecerem de forma que dê sentido real para a trama, os fãs vão se apaixonar e
isso deve acontecer! É natural! O importante no final das contas é a trama,
claro que os personagens que dão sentido para tudo, mas eles tem os ciclos
dele, e a história como um todo tem a dela. Pense você como na sua vida, aquele
amigo que já não tens mais contato, e sua vida seguiu. O que quero dizer com
isso, sua vida continua sendo sua vida, mas seus ciclos e suas paixões mudaram
e isso deve ter sido bom. Acredito que o passado é algo que tem que ser
respeitado e louvado. E uma pergunta sempre necessária é, Precisamos ou
necessitamos para dar sentido a nossa vida destes personagens? Se a resposta
for sim, temos que louvar e refazer os laços e abrir novos ciclos. Se a resposta
for não, agradecemos e descobrimos uma forma de finalizar com amor e respeito
aquele elo. Com os personagens de “Supermax” não é diferente. Tudo depende de,
caso tenha realmente uma segunda temporada, o que aconteceu e para onde iremos caminhar,
que valores vamos defender e por que falar disso novamente. Por que assim
iremos cativar as mesmas pessoas que gostaram e adquirir novos fãs e
apaixonados pela nossa história.
CDD:
E sobre a maquiagem e caracterização, o processo era muito trabalhoso? Você não
se sentia incomodado com todo aquele “barro”?
Márcio: Claro
que sim! Imagina passar 10 horas por dia de segunda a sábado fazendo
caracterização de uma hora e meia e mais uma hora para tirar tudo e ficar
completamente sem pelos durante dois meses. É cansativo, prazeroso, mas
cansativo.
CDD:
Você sabia o que iria acontecer com os outros personagens, ou foi surpresa pra
você também?
Márcio: Depois
que que li e gravei o capitulo 12 sim. Mas depois tinha uma especulação que o
final poderia ser outro caso o final da história vazasse, mas isso não
aconteceu!
CDD:
Acho que seu personagem deveria voltar em uma possível segunda temporada pelo
menos como Nonato, assim como Janete e Sabrina, é muita viagem minha, mas você
não acha que pra um demônio Baal deveria ter mais poderes? Como por exemplo,
ressuscitar pessoas?
Márcio: Acredito
que BAAL não era um demônio. Ele era um ser humano. Um pastor. Um trabalhador.
Ele não era um personagem fictício, é real!
Saca isso? Não existe esta história de superpoderes. Ele descobriu a cura
porque caiu em uma caverna radioativa, é bom lembrar disso. Então se levar um
tiro na cabeça morre. Se ficar cinco minutos debaixo da água morre afogado, e
ponto.
CDD:
Você acha que algum dia o público brasileiro que é acostumado a novelas com
historias fáceis e mastigadas, será mais receptivo a seriados de terror,
suspense e ficção cientifica produzidos no país?
Márcio: Acredito
que o público brasileiro irá assistir mais séries brasileiras, volto a dizer
que quem não gosta de terror não gosta e ponto. É tipo eu, odeio maionese, e
ponto. Não existe um porque!
Sobre novelas, acho que o público brasileiro gosta deste genro romanesco de
contar histórias, sempre existirá! Os roteiristas é que terão necessita de
criar novas tramas e novos enredos que sejam atrativos e verdadeiros para o
público. Para aproximar o telespectador para a televisão. Que tem seu lugar,
assim como o teatro, o cinema, a dança e todas as formas de entretenimento.
Falando apenas de trabalhos audiovisual, acredito que a internet englobará
todos os segmentos, e a TV aberta se reinventará mas nunca deixará de existir.
CDD:
Qual a sensação de participar de um projeto tão sangrento, coisa inédita na TV
brasileira? Como foi interpretar um demônio?
Márcio: Aquilo
que te falei fiz o primeiro VILÃO de um série de TERRO Brasileira.
Sabe
isso: (EM TOM ÉPICO)
- EU FIZ BAAL, NINGUÉM MAIS, EU FUI BAAL!
(risos)
Brincadeiras aparte, para um ator que trabalha para sempre conseguir novos
trabalhos, é sempre com fazer personagens que dão resultados positivos.
CDD:
E pra finalizar, vamos poder ver você na telinha novamente ou esse foi um
trabalho isolado?
Márcio: Em breve, tudo no seu tempo
certo! Este ano de 2016 foi lindo, fiz minha estreia na TV com três trabalhos
lindos na Globo, “Velho Chico”, “Justiça” e “Supermax”, acho que gostaram de
mim! Então talvez eu faça mais coisa por aí!
CDD: Muito obrigado Márcio, aposto que
os fãs da série vão adorar, muito sucesso pra você, espero te ver em mais
projetos maravilhosos como “Justiça” e “Supermax”.
Márcio: Um grande abraço! Sempre que
quiser entre em contato! Desculpe pela demora em escrever! Continue na batalha,
sempre colocando valores sociais importantes para seu público, sempre com
respeito aos outros, humildade na comunicação sempre! E nunca esqueça de fazer
um autocrítica severa!
Assim irás longe meu querido!
Abs!