Capa de "Apocalipse Zumbi 2 - Inferno na Terra" enviada exclusivamente por
Alexandre Callari para o Clube dos Desajustados.
Quem é realmente fã do universo zumbi sabe que a
literatura zumbi é um dos mercados em alta no momento, diversos livros são
lançados anualmente, porém infelizmente nem 10 % deles chegam a ser lançados no
brasil (para a nossa tristeza), com toda essa febre e sucesso que os zumbis se
tornaram o Brasil não podia ficar de fora, autores como Douglas Eraldo, Tiago
Toy e Alexandre Callari já nos introduziram nesse contexto, recentemente tive a
honra e o prazer de entrevistar Alexandre Callari, autor da saga “Apocalipse
Zumbi”, que já pode ser considerado o
melhor livro brazuca do gênero atualmente, se você ainda não conhecia o
trabalho de Callari, sugiro que repense se você realmente é um fã de Zombies!
CDD: Olá
Alexandre, primeiramente gostaria de dizer que é uma honra entrevista-lo, eu
como apaixonado por “Zombies” com certeza não poderia deixar de ser seu fã, e
gostaria de lhe parabeniza pelo excelente trabalho feito no livro “Apocalipse
Zumbi – Os Primeiros Anos”, nós fãs brasileiros realmente precisamos de mais historias
sobre zumbis ambientadas em nosso país.
Callari: Olá.
Eu que agradeço a oportunidade de divulgar o meu trabalho. Muito obrigado!
CDD: Para
começar gostaria de saber se está confirmado que será uma trilogia?
Callari: Sim.
Eu visualizei a história desde antes de escrever o primeiro livro como uma
trilogia. Contudo, inseri certas ramificações já no segundo volume que não
estavam previstas no planejamento inicial, então, é possível que eu possa
estender a série. De qualquer modo, a história principal fecha no terceiro, o
que pode vir a seguir é uma expansão desse universo.
CDD: Já
sabemos que logo, logo a segunda parte da saga estará nas livrarias, conte-nos
um pouco sobre as novidades e surpresas nesta segunda entrega?
Callari: Apocalipse
2 começa um mês após o anterior. Já sabemos que Manes tem um plano audacioso
para colocar em prática, contudo, é mais fácil falar do que fazer. Na verdade,
o que ele propõe é uma loucura tão grande que não sabemos se ele está são ou se
a morte de sua esposa o abalou ao ponto de perder sua baliza e tornar-se um
suicida em potencial. Ao mesmo tempo, para suprir a falta do Dujas, surgem dois
novos vilões que farão o antigo parecer uma freira. Aliás, as motivações por
trás do surgimento de Dujas são todas explicadas. E também levo além a
experiência temporal que proponho no primeiro – em que diversas linhas
narrativas são apresentadas de forma que o leitor monte na sua cabeça a ordem
dos acontecimentos. A violência e a sexualidade estão bem mais a flor da pele
neste volume também – não é algo que recomendaria para crianças.
CDD: E sobre
os fatores que levaram ao Apocalipse Zumbi, podemos esperar pistas em
Apocalipse Zumbi 2?
Callari: Sorry!
Não será desta vez.
CDD: Eu
confesso adoro historias que se passam nos primeiros dias, com todo aquele
caos, no primeiro livro você trouxe vários flash backs do “Dia Z”, nesse
segundo livro o primeiro dia terá espaço?
Callari: Sim.
Talvez não tanto espaço quanto no primeiro – já que não existe mais necessidade
de contextualizar o leitor agora, mas veremos um pouco dos primeiros momentos.
Eles são importantes para ajudar a definir quem eram alguns personagens antes
de tudo acontecer – o que nos ajuda a compreender a trajetória deles. Mas há um
flashback em especial de uma personagem nova que irá suprir, de certo modo, uma
grande solicitação referente ao primeiro livro, que os fãs queriam ver atendida
de qualquer maneira!
CDD: Além
desse projeto, você tem outros em mente?
Callari: Sempre
tenho muitos projetos acontecendo ao mesmo tempo. Além da coleção anual
Quadrinhos no Cinema, uma obra de referência cujo terceiro volume está saindo
daqui a um mês, estou preparando uma HQ baseada no universo de Apocalipse Zumbi
e também outra obra de referência cujo tema não posso dizer ainda, mas que será
bem bacana e, espero, dará início a uma coleção de sucesso.
CDD: O que
você pensa da ascensão dos zumbis na cultura pop?
Callari: Eu
acho muito legal; é algo que vem sendo ensaiado desde que Romero deu o pontapé
inicial e que já teve algumas pequenas febres breves ao longo das décadas (Thriller do Michael Jackson, A Volta dos Mortos Vivos, Resident Evil, etc.), mas que só agora
encontrou sua verdadeira expressividade. Continua sendo um nicho, contudo agora
é um nicho amplo – é improvável que um dia venha a ser algo tão grande quanto
vampiros, por exemplo, mas também não acho que os zumbis corram o risco de ir
para o ostracismo agora, mesmo quando Walking
Dead acabar. Acho que a partir de agora, é um subgênero que veio para ficar
e que sempre terá sua dose de apreciadores.
CDD: E
diga-nos o que você acha das novas propostas de zumbis apresentadas em filmes
como “Meu Namorado é Um Zumbi”, [REC] e na Série In The Flesh?
Callari: Uma
besteira como Meu Namorado é um Zumbi
é inevitável. A partir do momento em que o subgênero cresce, é natural que
exista uma diversificação dentro dele, então, da mesma forma que já vimos
comédias, aventuras e faroestes com o tema zumbi, uma hora ou outra ia aparecer
algo assim. De qualquer modo, eu não acho de todo ruim, pois pode ser uma porta
de entrada para outras pessoas conhecerem o tema. Por exemplo, uma pessoa pode
conhecer o universo dos vampiros por meio do Crepúsculo, que é uma bosta incomensurável, mas talvez, se ela
quiser ampliar sua experiência, isso a leve a conhecer os livros de Anne Rice,
o Drácula original de Stoker, o
trabalho de André Vianco, etc. E isso é positivo! Um filme como [REC] – que, tal qual meu livro, é uma
releitura dos zumbis – pode desagradar os tradicionalistas que acham que zumbi
só pode ser morto-vivo cambaleante, mas para mim, o que importa é o produto
final. E o filme espanhol, apesar de ter duas continuações sofríveis, para mim
é uma das coisas mais assustadoras que o cinema produziu nos últimos anos. Eu
não poderia ser mais enfático em recomendá-lo! Infelizmente, não conheço a
série ainda, então não saberia como opinar.
CDD: Em Seu
livro, você apresenta pessoas parcialmente infectadas, e não totalmente
convertidas, assim como no primeiro livro elas terão papel importante neste
segundo?
Callari: Sim.
Pelo menos em dois momentos em específico, mas ao mesmo tempo, elas começam a
levantar dúvidas nas pessoas. Se há gente parcialmente infectada, quem são
essas pessoas? Será que a epidemia está se revertendo? Será que elas têm algum
tipo de imunidade? Quando pensei nesses meio contaminados, quis trazer minha
contribuição ao gênero, algo que ainda não tivesse sido explorado – e tem sua
lógica, afinal, se a contaminação for mesmo por algum tipo de vírus, nem todas
as pessoas seriam afetadas da mesma maneira!
CDD: A Lista
de livros do gênero zumbi adaptados ou em processo de adaptação aos cinemas é
grande, “Guerra Mundial Z”, “Sangue Quente”, “Apocalipse Z – O Principio do
Fim”, “Louras Zumbis”, “Celular” e vários outros estão sendo adaptados para o
cinema, existiria uma remota possibilidade de uma adaptação de “Apocalipse
Zumbi – Os Primeiros Anos”?
Callari: Tenho
trabalhado muito para isso. Já conversei com alguns diretores e produtores, mas
o principal problema é que meu livro seria um filme caro. Claro, não um filme
caro para os padrões norte-americanos, mas não é um filme que possa ser feito
com quantias baixas – pelo menos não que possa ser feito da forma correta.
Então, estou tendo bastante cuidado com isso. Mas, sim, espero que um dia
aconteça.
CDD: Você acha
que os zumbis futuramente serão substituídos por outras criaturas assim como
aconteceu com Vampiros e Lobisomens?
Callari: Como
disse mais acima, penso que zumbis conquistaram seu espaço. Veja, vampiros é
algo que nunca sai de moda. Nós temos picos de tempos em tempos, mas eles nunca
desaparecem, apenas “adormecem” um pouco, esperando pelo próximo boom. Acho que com zumbis, será o mesmo.
Com lobisomens e múmias o buraco é mais embaixo. Acho que eles não gozam do
mesmo apelo e também não tem produtos de ponta em vista que possam
catapulta-los ao gosto popular. Contudo, fantasmas e demônios são subgêneros de
bastante potencial para estourar.
CDD: Uma
ultima pergunta, sobre filmes de terror nacionais incluindo os de zumbis, você
acredita que o Brasil tem potencial de melhorar essas produções? Apesar de
muito poucas elas existem, porem com uma qualidade bem inferior em relação aos
internacionais.
Callari: Sim,
temos enorme potencial. Mas a verdade é que o cinema no nosso país é controlado
por uma pequena elite que fica fazendo os mesmos filmes de sempre, com os
mesmos atores de sempre, sobre os mesmos temas. São 3 grandes produtoras
nacionais que controlam o mercado – e nenhuma delas irá arriscar algo
diferente, logo, o nascimento do gênero terror precisará vir de iniciativas
privadas, igual o Zé do Caixão fez no início dos anos 1960. O problema, é que
nossos cineastas independentes ainda estão tentando encontrar os caminhos do
financiamento adequado – enquanto isso não ocorre, nós amargamos boas
intenções, porém com resultados duvidáveis por causa das impossibilidades
técnicas, que vão dos efeitos visuais às câmeras utilizadas. Mas acredito que
tudo seja um processo e que, em longo prazo, conseguiremos fortalecer uma cena
independente de terror de respeito, como a que ocorre hoje na França, Espanha,
Alemanha e Japão.
CDD: Como
já disse, sou super fã do universo Zumbi, e tenho várias ideias em minha mente,
meu objetivo é juntar essas ideias e escrever meu primeiro livro, até iniciei
mais parei na página 09 devido a falta de tempo e inexperiência, que dica você
me dá para que eu consiga alcançar esse objetivo?
Callari: O principal problema não é
escrever um livro, mas vende-lo. Você precisa se associar a pessoas adequadas,
que tenham boa penetração nas livrarias e saibam divulgar seu produto. ´algo
que leva tempo para se alcançar, e precisa ter paciência. Quanto ao texto em
si, não existe mágica, a única forma de adquirir experiência é escrevendo. Eu
devo ter produzido uns quatro livros que jamais verão a luz do dia, mas que
foram importantes pra desenvolver e refinar meu texto. O ideal é que você
escreva e submeta a pessoas de confiança que leiam e deem sua opinião,
norteando à escrita. Outro caminho é montar um blog e publicar os capítulos, assim
você pode contar com o imput do público. O Tiago Toy fez isso e no final conseguiu
publicar seus textos na forma do livro “Terra Morta”
Um abraço e boa sorte.....
(Alexandre Callari)
Alexandre
Callari lançou o primeiro livro da saga em 2011, intitulado “Apocalipse Zumbi –
Os Primeiros Anos”, a saga foi idealizada para compor uma trilogia, e agora em
2013 ele se prepara para lançar a segunda parte intitulada “Apocalipse Zumbi 2 –
Inferno na Terra”, segundo o próprio autor o livro esta entrando em gráfica e estará pronto ate o
final de maio, ainda não temos uma data especifica de lançamento. Mais
informações sobre o lançamento postarei aqui no blog!